17/09/2012

Humpfttt



Ultimamente, é assim que me tenho sentido. Esta história da crise, mais a história da minha vida, mais a história da vida dos outros, têm-me deixado de rastos...Tão de rastos, que já nem barafusto, calo-me caladinha e por mais que me digam "Oh Guida, o que se passa, então, anima-te!", eu finjo-me de morta.
É que a vida já é complicada, ainda mais a minha, que não é pêra doce, e ainda me vêm os gajos lá do governo enervar mais. E tirar, tirar, tirar. E à minha volta, à volta de todos nós, só se ouve falar disto, porque efectivamente, sente-se na pele a falta de dinheiro e de condições básicas deste país. Vejo enfermeiros a ganhar 2 € à hora, mulheres a dias a ganhar 5€, e penso, se estarei boa da cabeça, ou se é só uma alucinação. Isto é a mais completa falta de respeito pelo ser humano. E isto é só um exemplo, um no meio de milhares. Este país está ensandecido. E depois, vejo gajos que nem sabem escrever, que não têm um pingo de educação, a ganhar rios de dinheiro. E ninguém faz nada. E andamos tristes, a começar por mim. E estou farta de tanta corrupção, de tanta mentira. E pronto, é isto que me deprime. É mesmo isto. E fui, para ver se animava, comprar um livro, neste caso foi ao Pingo Doce, aproveitei já que estava a fazer compras, e trazia logo tudo. Quando fui pagar, diz-me a menina " O livro não pode passar, porque a máquina registadora não aceita". E eu fiquei a olhar para ela, atónita. E só lhe disse, porque sinceramente, me faltava vontade para mais, " mas o livro está ali exposto na prateleira, tem o preço e tudo, quero-o comprar, apenas isso". Ao que ela respondeu - "pois, mas como não passa na máquina, é porque ainda não o registámos, não pode levar". E guardou o livro, não fosse eu saltar por cima do balcão, com os olhos raiados de sangue e raiva e, assim num ápice, sacar-lhe o livro, como nos filmes.
Revirei os olhos e só lhe disse calmamente- " e de quem é a culpa do livro não estar aí registado, vossa ou
 minha?". Ao que ela respondeu, muito baixinho- " nossa, peço desculpa". E, como não tinha vontade de me aborrecer mais, paguei e vim-me embora. ´
O meu homem disse-me logo que fazia e acontecia e que fui branda e que devia ter chamado o responsável e o diabo a sete, mas sinceramente, sentia-me cansada. E sinto. É que, se formos a ver, neste país é tudo feito em cima do joelho, ninguém parece ter a responsabilidade de nada, é tudo como se vivêssemos na idade média, nada funciona como deve de ser. E nós, o povinho, paga e cala. É assim há demasiados anos, é o que sinto, portanto alguém tem que dar um murro na mesa. E não se calar e reclamar, e exigir direitos. E facturas e recibos e o que estiver na lei.
Acho que qualquer dia vou passar numa perfumaria, para ver se animo. É que não ponho lá os pés há uns bons meses. E parecendo que não, faz-me falta. Oh se faz! E também me apetece fazer um sorteio no blog, para animar!

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