25/10/2012

23 anos

Ontem fez 23 anos que o pai morreu. Os mesmos 23 que eu tinha, quando isso aconteceu. Quer dizer que já vivi a mesma quantidade de anos com ele, do que os que vivi sem ele. E isso teve um efeito estranho em mim, de mal estar, de tristeza, mas também de força, de sobrevivência. E ontem voltou a ser um dia estranho, para não variar. Por isso, dormi até às tantas, almocei e tentei não parar até à noite. Maquilhei-me sem vontade, mas com a convicção que tinha que estar bonita. E fui para a rua, levei a mãe comigo, porque sei que é um dia muito complicado para ela. Tratei de seguros, mudei os seguros todos, depois fui ao hipermercado e demorei séculos, depois ainda fui à livraria comprar um livro e quando acabei já eram quase 19h. Voltei para casa, fiz o jantar com a mãe, jantámos a ver o César dos cães, conversámos, vimos a casa dos segredos, arrumei o quarto e falei com o marido/namorado. Depois vi a minha novela preferida da Sic, aquela da madrasta malvada e dos meninos na lixeira, que não me lembro do nome agora, e voltei a arrumar a casa, o quarto, enfim, qualquer coisa que me mantivesse ocupada. Depois fui-me finalmente deitar, depois de ler um bocadinho adormeci, não sem antes falar um bocadinho com o pai. Foi complicado, como é todos os anos, mas passou-se. Mas nem que passassem 5 mil anos, eu cada vez tenho mais saudades dele e o amo mais.

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