13/06/2014

Santo António ou o milagre impossível

Hoje partilho convosco uma história minha, que faz parte dum passado muuuito longínquo, mas do qual me lembro ainda bem.
Há séculos atrás, tinha eu 26 anos, decidi casar. Como o noivo não era católico, decidiu-se fazer a coisa só no registo civil. E como tinha uma relação tão conturbada, tão neurótica e tão doentia com o sr. em questão, fiz questão de me agarrar a Santo António, para me ajudar naquela coisa tão complicada. Ora, para começar fui à igreja de Santo António, pedir ao padre para me benzer as alianças, toda eu nervos, toda eu fé. Dias depois o noivo tem um acidente de carro e quase se mata. Temi o pior, mas rezei, rezei e ele lá se aguentou. Casámos no último dia da licença de casamento, porque senão tínhamos que ir pedir outra e sinceramente não havia nem dinheiro, nem vontade. No dia do casamento, ele não queria casar. Porque estava todo partido, porque não lhe apetecia vestir o fato, porque isto e aquilo e vá de eu pedir a Santo António que a coisa se recompusesse. E a coisa deu-se, efectivamente. Lá casámos, num dia que eu considero o mais estúpido da minha vida. Estávamos a casar e na minha cabeça passavam os prazos para o aquilo durar. Não mais que 6 meses, pensei eu. Mas durou 1 ano, contra todas as expectativas.
Por isso, hoje posso dizer-vos que nesta coisa do casamento e do amor, é preciso sorte, que é, mas o resto fazemos nós. Não foi Santo António que me ofereceu o homem admirável com quem estou hoje, mas ajudou, tenho a certeza. Mas o dirty job, isto é, desejar  o homem certo, fui eu que desejei . E, pela primeira vez na vida, nisto dos amores, saí-me bem. Porque sabia que ele andava por ali. E muito honestamente, penso que foi mais um milagre. Um na lista de muitos.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigada pelo comentário!