22/09/2014

Pai

Ontem alguém que não conhece a minha história, perguntou-me o que tinha acontecido ao meu pai, se era vivo, o que fazia. Respondi que já tinha morrido há 20 e muitos anos. Mas respondi com alguma leveza, com a leveza dos anos que passam, com a leveza que o desgosto obriga a ter, aquela distanciação que somos obrigadas a ter, senão corremos o risco de enlouquecer. E eu respondi. Como se não fosses tu que tivesses morrido, como se não estivesse a falar de ti, mas de outra pessoa. Morreu, há imenso tempo, e sorri. Com coragem, a que me ensinaste a ter. Com certeza, a que me ajudaste a conseguir. Com ternura, toda a que tenho por ti, tão perto e tão longe na minha vida.
Ontem, foi só mais um dia.

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