24/10/2014

Pai



Depois, cresci e encontrei-te alguns defeitos, algumas coisas que eu faria diferente, lembrei algumas das coisas em que erraste. Acho que esse, é o processo de crescer, vamos sempre fazendo algumas coisas de forma diferente, tendo algumas opiniões contrárias. Mas nem por um segundo, deixei de te amar com tanta intensidade, com esta nostalgia de te não ter. Lembro-me muito do teu sorriso, do tom moreno da tua pele, tão parecidos aos meus, do teu timbre de voz. Lembro-me dos natais, lembro-me das férias, lembro-me do dia a dia, és tão presente ainda na minha vida, que não sei existir sem a tua lembrança. Eu sei que tu sabes que eu sei que tu sabes. Tu és uma boa parte de mim, aquela parte que ninguém conhece, que ninguém sabe, aquele nosso mundo que construímos, só nosso. E fazes-me tanta, tanta falta. Este ano, como em todos os outros. Infelizmente, és apenas isso, porque este ano fazem 24 anos, precisamente no dia 24, em que deixaste de estar comigo. O vazio que deixaste é tremendo, a tua ausência é todos os dias sentida, apesar da vida ter continuado o seu curso. Todos os dias penso em ti, todos os dias tenho muitas, imensas, tantas saudades.  Vou-te amar, sempre, aconteça o que acontecer, pai. Serei sempre a menina do papá, aquela que trocava tudo, mas tudo, por um abraço teu. Tenho uma vida para te contar.

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